Com a chegada da internet, houve uma revolução na humanidade. Rapidez e comodidade nas comunicações são alguns exemplos dos benefícios da rede. Os relacionamentos pessoais foram revistos. A web, ao encurtar distâncias, favoreceu, de certa forma, os relacionamentos sobretudo para pessoas tímidas ou cautelosas. O medo e a violência contribuem para que essa forma de comunicação alcance mais adeptos a cada dia.
Com uma audiência mensal de 29 milhões de pessoas, o Brasil se tornou líder no quesito redes sociais, como apontou a revista Veja na semana passada. Estamos voltando para as cavernas? A rede realmente ajuda os tímidos a se relacionarem? Ou é mais uma forma de clausura, comodismo, egoísmo e intolerância?
Esse exercício de convivência, que é o objetivo da vida, está cada vez mais distante, restrito a uma tela de computador. Medo de que? Medo de quem? De não ser aceito ou de não aceitar? De contestar ou de ser contestado? De conhecer o outro, de se conhecer ou de deixar-se conhecer? A resposta está dentro de nós e é bobagem tentarmos nos enganar.
Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós, quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece… (Clarice Lispector)