domingo, 29 de novembro de 2009

Ser ou não ser...


Filosofar não é fácil. Pensar não é fácil. Queima calorias e pode levar à loucura. Apesar de que definir loucura também não é fácil. Eu já conheci e conheço algumas pessoas que não são sãs, definitivamente. Pelo menos a forma de pensar não segue um raciocínio que considero lógico.

É lógico, por exemplo, transar com uma pessoa que não se sabe o nome e no dia seguinte dizer que não sabe se foi bom? “A parte que eu lembro foi.” É como adorar comer chocolate, ficar doida para ter uma orgia com ele e no final não saber que gosto tem. E depois eu é que preciso de psiquiatra.

Outra coisa que não entendo é psiquiatra. Eles são indicados pra tudo. Neuróticos, loucos, viciados, pessoas com crise existencial, suicidas em potencial, ansiosos... É uma gama infinita de pacientes em potencial. E é tudo tão subjetivo. “O que você está sentindo?”. Ah, mas eu sei lá. Às vezes não sei nem onde estou. Assim, sei geograficamente.

E quando a gente acha que tá bem e não tá? Ou o contrário? Aí é melhor, porque se tem ótimas surpresas. Aliás, nada melhor do que o imprevisível. O previsível engessa. É lógico (aí vem a lógica de novo!)... Vou substituir pela minha lógica, já que adoro pensar... Bom, retomando: de acordo com ela, a gente tenta prever os acontecimentos, considerando somente o que a gente quer que aconteça, conforme nossa vivência.

Tô descobrindo que o melhor mesmo é não esperar nada e se jogar. Nem que seja só um pouquinho, para ir se acostumando. Uma espécie de bung jump à prestação. Primeiro um pulinho, e por aí vai, até se chegar à altura que quer, ou dá conta. Ou mesmo se esborrachar lá em baixo e ver que valei à pena as fraturas!

E isso é fundamental. Conhecer o próprio limite. Nem achar que se pode menos, nem mais. O princípio esencial do respeito. Outro dia uns colegas me disseram: seus óculos são horríveis. Que mania que o povo tem de dar opinião sem ser perguntado. Credo! Se eu fosse falar o que penso sobre forma que eles se vestem, não iam gostar. Mas o problema de mal gosto é deles e respeito muito – pelo menos procuro – o “ser-eu-mesmo” de cada um.

O problema é pai e mãe. Como é difícil aceitar, meu Deus! Principalmente se eles são, assim, meio sem noção. Esta expressão é autoexplicativa. Ah, não vem me dizer que cada um interpreta de sua forma, que não é. Acho que a melhor definição é dada pelo Surrealismo. Qualquer um que veja uma obra de Dalí vai entender o quer dizer sem noção.

De qualquer forma, cada um deve ficar no seu quadrado. É engraçado como um funk pode ter conotações tão filosóficas e profundas. Mas é isso mesmo. Como dizia Voltaire, “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la”. Lindo.

Também é linda a diferença, quando a gente dá abertura pra ela. Eu sou muito impaciente e ansiosa. Mas, como carma, foi colocada em meu caminho uma pessoa que é o meu oposto, que demora séculos para formular uma frase... Mais ou menos assim: eu não gosto de pamonha, apesar de ter uma amiga feito ela. Deu pra entender? Quando se pensa dessa forma, a vida fica bem mais simples, fácil e muito divertida!

domingo, 22 de novembro de 2009

Masturbação não é palavrão


Foi mesmo esta a minha intenção. Chamar a atenção. Não sei porquê, me deu vontade. E olha que faço de tudo para não ser notada. Bom, até agora fiz. Ou achei que fiz. Só sei que resolvi falar, pelo menos aqui.

Mas isso não quer dizer que depois de balzaquiana resolvi virar Já fiz coisas que nem eu imaginava que faria. Mas nada demais, agora eu acho. Na verdade eu tenho este problema mesmo. Não chega a ser um retardo, mas coisas acontecem comigo bem de-va-gar. Pode ser a ascendência baiana.

Há outra teoria: de que não se pode pular etapas. Pôxa, e eu achei que era uma criança e uma adolescente precoce! Ah, agora entendo o que aconteceu no carnaval de 2005. É atenuante. Não importa. Por isso larguei a terapia. Tava me prejudicando. Agora eu mesma me analiso, me interpreto e tiro minhas conclusões, mesmo que para isso tenha de recorrer a quilos de chocolate, ginástica etc.

Bom, mas voltando à masturbação, prefiro observar, guardar para mim as impressões e brincar com o imaginário alheio, com o pré-conceito. Não bebo, não fumo. Evangélica! De tanto me falarem isto, resolvi tentar. Confesso que não gostei muito. Eles são muito doidos, cara! Sei lá. Este negócio de reprimir surte efeito contrário.

“Estou grávida. O fato de ser contra o sexo não quer dizer que eu não faça!”. Já ouvi. Não ri não, porque eu acreditei. Incoente. Bom, a gente é que constroi nossas verdades e isto implica em acreditar no que se quer. Depois disso, também, não acredito mais nem em duende. E não entendam isso como vingança, não. É masturbação cerebral... catarse... sei lá.

Adoro eufemismos. Mas como eles não são impactantes, resolvi criar um com impacto: masturbação mental. Tudo bem, não é novo! Mas como ninguém patenteou... E como o uso é livre, cada um entenda como bem quiser. Mas só não vale baixaria. Detesto!

Outra coisa que odeio é palavrão. Não sei porquê. Não é por puritanismo, mas porque acho desnecessário. Apesar de ultimamente estar sendo influenciada pelo meio. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. É PQP pra lá, du caralh... pra cá. Viu? Não consigo nem escrever! Mas fico tentando entender, claro!

Não sei para quê entender. Só se for pra ficar louca, coisa que eu não sou e nem vou ficar. Já passei desta fase e olha que foram muitas e muitos antidepressivos também. Aliás, queria até saber o que é loucura.

Viu? Não resisto a tentar entender. Por isso apoio a luta antimanicomial. Eu não sou doida e me trato com médico de doido. Convivo com gente que só falta babar e é diagnosticado como normal!

Aí às vezes perco a paciência. Na verdade, quase sempre. Mas estou administrando isso. Está é a razão pela qual fico mais calada. Porque se começar a falar... Além disso, gosto de pensar muito para não me arrepender depois. Bobagem. De qualquer jeito me arrependo mesmo. Do que fiz, do que não fiz, do que penso em fazer... É dose.

Já tentei colocar a culpa no zodíaco pela inconstância, mas não adiantou nada. Também já culpei mãe, pai, família, a religião, os dogmas da Santa Sé, a falta de dinheiro, o Gato Felix... Crise existencial, ou resistencial.

Falar para não adoecer. Talvez seja um recurso. Pelo menos se economiza com terapia e análise. Mas sabe aquela parada de só sei que nada sei? Papo meio Patropi? Coisa de estudante de comunicação cheio de ideias que ele não sabe quais são? Fica assim, então. Sem noção. :)